Após um ano e meio sem eventos literários presenciais significativos, ocorreu a XX Bienal Internacional do Livro Rio, entre os dias 3 a 12 de dezembro. O Riocentro (na Barra da Tijuca) abrigou estandes muito bem montados, com destaques para os da Intrínseca e Record, sessões de debates no espaço Estação Plural e a estimativa de público de 400 mil pessoas durante o evento se confirmou. Alguns senões: por mais que o evento tenha sido híbrido, com transmissões de todas as mesas on-line, e por mais que tivesse sido aventado que haveria uma redução do público, na prática isso não se deu. Só entrava na Bienal quem apresentasse a comprovação de vacinação e isso foi um filtro. A equipe de apoio trabalhou bem, mas as caravanas de estudantes abarrotaram os pavilhões, e isso foi preocupante, pois, mesmo com o uso obrigatório de máscaras, isso não é impeditivo para o contágio, ainda mais que no período a Cidade Maravilhosa estava passando por um surto de Influenza. Mas vamos lá, senões à parte, o evento no todo foi incrível!
Obviamente que no espaço Estação Plural uma tendência se mostrou e lembrei-me de uma fala concedida a mim pelo poeta Claufe Rodrigues ao brincar, em entrevista para esta Revista Conhece-te, que “hoje em dia até os escritores publicam livros.” Escrevo isso ao presenciar youtubers alçados à condição de celebridades e até atores da TV Globo sendo protagonistas pela característica de serem leitores (alguém sabe me dizer se Antonio Fagundes escreveu um livro?). Mas isso no Brasil parece detalhe, da mesma forma que elegeram Fernanda Montenegro e Gilberto Gil para a Academia Brasileira de Letras (será que o Machado está revirando no túmulo?).